Últimos dias de Alberto Santos Dumont
A aviação progrediu muito e quando chegou a I Guerra Mundial, Santos=Dumont viu seu invento ser usado para a destruição. Isso o deprimiu profundamente, os desastres aéreos também contribuíram para mergulhar Santos=Dumont no remorso. Voltou ao Brasil, procurou repouso em sua Casa Natal, o sítio de Cabangu. Seduzido pelo aprazível do ambiente rural, nas regiões mineiras, imaginou, por algum tempo, consagrar-se às atividades agrícolas, que haviam sido as de seu pai. Adquiriu mais terras vizinhas, para ampliar a propriedade; e cuidou ativamente de introduzir benefícios, construindo açude, formando pastos, plantando pomar, melhorando as condições de conforto da sede. Para as necessidades do custeio, dedicou-se à criação de gado, formando selecionado plantel.
Costumava ele, quando em Cabangu, aos domingos, hastear a bandeira nacional, num alto mastro colocado em frente à sua morada. Fazia subir, logo abaixo da bandeira, num comedor para pássaros, cheio de migalhas e demorava-se contemplando o vôo das pequenas aves ao redor da bandeira.
Além da casa onde nasceu, Santos=Dumont teve mais duas residências no Brasil. Pensou residir em Petrópolis, seduzido pela amenidade do clima e serenidade da vida. Adquiriu um terreno no morro do Encanto, e aí construiu casa, de acordo com seus planos, a qual denominou “A Encantada”. Na edificação desse prédio, pôs em prática algumas idéias originais suas. No terraço da residência instalou um pequeno observatório astronômico, onde passava boa parte de seus serões. Mais tarde, mandou construir pequena moradia em São Paulo: escolheu um terreno no Butantã, de onde pela manhã partia em longos passeios a cavalo.
Em 1932, aconteceu no Brasil a Revolução Constitucionalista; Santos=Dumont estava repousando em Guarujá e viu aviões do Governo Federal voarem em direção a Santos para bombardearem um cruzador, profundamente deprimido morreu no dia 23 de julho de 1932.
Depois de embalsamado, o corpo do aeronauta foi embarcado do Guarujá para São Paulo, onde esteve para visitação pública na Catedral.
Em 21 de dezembro de 1932, foi sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro, em mausoléu que já guardava os corpos de Dr. Henrique, seu pai, e D. Francisca, sua mãe.
Após a morte, a casa de seu nascimento, foi guardada por um grupo de sandumonenses que para segurança fizeram em 1949 a “Fundação Casa de Cabangu”.
SERRA DA MANRIQUEIRA- “O BERÇO DE UM SONHO”
Localizado no alto da Serra da Mantiqueira em Minas Gerais, “Cabangu”, local que serviu de berço para Alberto Santos=Dumont, hoje conservado como museu, guarda a história do Pai da Aviação.
RETORNO AO CABANGU
Depois de conhecer de perto a vitória com suas conquistas na área da aviação e longa permanência na Europa, Santos Dumont regressa ao Brasil, e vai buscar no seu berço “Cabangu” no município de Palmyra, a tranqüilidade para o seu coração atingido por tantas emoções.
Em 1919 santos Dumont, após tentativa de compre, recebeu por decreto do governo, sua casa natal como doação e passou a dedicar-se à criação de gado como fazendeiro da Mantiqueira.
São dessa época as reformas: construção da lareira, do banheiro, o aterro ao redor da casa, o lago com repuxo e fixou na varanda a placa com dizeres:
“ESTA CASA ONDE NASCI, ME FOI OFERECIDA PELO CONGRESSO NACIONAL COMO PRÊMIO DOS MEUS TRABALHOS”.
SANTOS DUMONT (AGRADECIDO)A partir daí, as atividades de fazendeiro, se intercalavam às suas viagens de homem público que era.
A administração da fazenda nesses períodos era feita por meio de cartas ao caseiro João e fazendeiros amigos ( são desse tempo o rico acervo do museu em cartas, fotografias e notas de compras).
Esse grande e valioso acervo guardado pelo João na forma rude de um campeiro foi deixado no Cabangu junto a valiosos bens de Santos Dumont.
PRESERVAÇÃO
A necessidade de tratamento de saúde levou Santos Dumont a venda do gado e das terras de Cabangu.
A casa foi conservada por ordem categórica em carta a um amigo: “...vendam tudo, menos a casa, isto eu guardo...”
Anos mais tarde, ao registrar seu testamento mais uma vez preservou a casa de seu nascimento ordenando:
“... A casa do Cabangu, eu quero que seja devolvida à Nação, minha doadora...”
Dessa forma aparentemente ocasional a casa do Cabangu, contendo jornais, revistas e valiosas fotos de suas experiências na França, junto a dois bustos e outros bens, ficou defendida.
A notícia da morte de Santos Dumont ocorrida em Guarujá-SP, no dia 23 de julho de 1932, comoveu o povo de Palmyra que se mobilizou para guardar sua memória.
Todos os bens da casa do Cabangu assim como a própria casa tornaram-se relíquias para o idealizado museu.
O nome da cidade, em sua homenagem foi mudado em 31 de julho de 1932; a cidade Palmyra passou a chamar-se Santos Dumont.
Em 1949 a “Fundação Casa de Cabangu”, foi criada para a proteção, divulgação da vida e obra do Pai da Aviação.
Instituída por Decreto nº 5057 em 18/07/56 do Estado de Minas Gerais cria o “Museu Casa Natal de Santos Dumont”.
Em 1973 ligada a Santos Dumont pela rodovia BR 499, a Fazenda de Cabangu transforma-se num belo recanto de atração turística e monumento vivo a memória do grande brasileiro.
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